HPV – Papiloma Vírus Humano

NESTA PÁGINA, VOCÊ VAI SABER

O QUE É HPV?

O Papilomavírus Humano, mais comumente chamado de HPV (sigla em inglês), é um grupo de mais de 200 vírus relacionados, dos quais mais de 40 são transmitidos através do contato sexual. Eles infectam a pele ou as mucosas (oral, genital ou anal), e provocam verrugas, nas regiões genital e anal,  e câncer, dependendo do vírus.  O HPV é a doença sexualmente transmissível (DST) mais comum no mundo. Eles são facilmente transmitidos, como falaremos mais a seguir. Apesar disso, suas manifestações dependem fortemente da imunidade do indivíduo e do tipo do vírus, o que nos explica que apesar da frequência de transmissão, o desenvolvimento para o câncer não é tão comum quanto parece.

Quais os tipos?

​​Os vírus do HPV são classificados de acordo com sua capacidade de causar câncer em dois grandes grupos: HPV de alto risco e HPV de baixo risco.

HPV de alto risco

​​Os tipos de HPV de alto risco são aqueles associados a um maior risco de desenvolver câncer. Eles podem causar alterações celulares que, se não tratadas, podem evoluir para câncer. Os tipos mais conhecidos e estudados incluem:

HPV 16 e 18

​​Juntos, são responsáveis por aproximadamente 70% dos casos de câncer cervical em todo o mundo. Além disso, têm uma associação significativa com outros tipos de câncer, como o câncer anal, de orofaringe, de pênis, vulvar e vaginal.

HPV 31, 33, 35, 45, 52, 58, entre outros

​​Esses tipos também estão associados a diferentes formas de câncer genital e anal.

HPV de baixo risco

Os tipos de HPV de baixo risco são associados a condições benignas, como verrugas genitais e papilomas respiratórios, que não têm grande potencial para se transformar em câncer. Os tipos mais comuns incluem:

HPV 6 e 11

​​São responsáveis pela grande maioria dos casos de verrugas genitais (condiloma acuminado) e papilomatose respiratória recorrente, uma condição rara que pode causar tumores benignos nas vias respiratórias.

HPV 40, 42, 43 e 44, entre outros

Podem causar verrugas ou lesões benignas na pele e mucosas.

Quais os sintomas?

​​A infecção pelo Papilomavírus Humano (HPV) é frequentemente assintomática, o que significa que a maior parte das pessoas infectadas não apresenta sintomas visíveis ou perceptíveis. No entanto, o vírus pode ficar latente por meses ou anos e, com isso, os sintomas podem se manifestar muito tempo após a infecção, por ocasião de gravidez ou redução da imunidade. 

Verrugas Genitais

​​Tecnicamente chamadas de condilomas acuminados e popularmente conhecidas como “crista de galo“, “figueira” ou “cavalo de crista“. São pequenas protuberâncias ou grupos de protuberâncias na região genital ou anal. Podem ter aparência de couve-flor e podem ser elevadas ou planas, grandes ou pequenas. São causadas por tipos de HPV de baixo risco, principalmente os tipos 6 e 11.

Verrugas Plantares

Podem causar desconforto, parecendo pequenos furos na pele com pontos pretos. Aparecem na sola dos pés.

Verrugas Planas

Geralmente são mais suaves e têm uma tonalidade mais escura do que a pele ao redor. Podem surgir em qualquer parte do corpo, incluindo face e pernas.

Lesões Pré-cancerosas e Câncer

As lesões pré-cancerosas geralmente não apresentam sintomas visíveis. O câncer associado ao HPV, como o câncer cervical, pode não apresentar sintomas nas fases iniciais. Quando os sintomas ocorrem, podem incluir sangramento vaginal anormal, dor durante o sexo, ou alterações na urina ou nas fezes para cânceres de colo de útero, anal, peniano, vulvar e orofaríngeo. São causadas por tipos de HPV de alto risco, especialmente os tipos 16 e 18.

Os sintomas do HPV em mulheres são verrugas genitais, lesões pré-cancerosas no colo do útero, câncer cervical e outros cânceres, verrugas vulvares e verrugas orais ou na garganta. 

Os sintomas do HPV em homens são verrugas genitais, verrugas orais ou na garganta e cânceres associados ao HPV (câncer de pênis, ânus e orofaringe – garganta, amígdalas e base da língua).

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico do Papilomavírus Humano (HPV) envolve uma combinação de exames clínicos, testes laboratoriais e procedimentos diagnósticos específicos. O processo de diagnóstico pode variar dependendo dos sintomas apresentados, do tipo de HPV suspeito (alto ou baixo risco) e da parte do corpo afetada. Os principais métodos utilizados para diagnosticar o HPV são:

Exame clínico

  • Inspeção visual: Muitas vezes, o diagnóstico de HPV começa com uma inspeção visual das áreas afetadas, especialmente quando há suspeita de verrugas genitais. As verrugas causadas pelo HPV de baixo risco são geralmente diagnósticas por sua aparência.

Testes de detecção de HPV

  • Teste de DNA do HPV: Este teste é usado para detectar a presença do DNA do HPV em amostras de tecido, geralmente coletadas do colo do útero. É particularmente útil para identificar infecções por HPV de alto risco que podem levar ao câncer cervical. Pode ser realizado juntamente com o exame de Papanicolau em mulheres acima de 30 anos ou em casos em que o resultado do Papanicolau é anormal.
  • Teste de Captura Híbrida: Outro teste molecular que pode detectar a presença de HPV de alto risco. Este teste não especifica quais tipos de HPV estão presentes, mas indica se os tipos de HPV de alto risco foram detectados.
  • Importante salientar que os testes de detecção de HPV quando positivos isoladamente apenas identificam os indivíduos com maior risco de desenvolver lesões pré cancerígenas. Quando positivos isoladamente apenas orientam controle mais precoce e não necessariamente tratamento.

Exames Citológicos e Histológicos

  • Papanicolau (Citologia Cervical): Embora o exame de Papanicolau não diagnostique o HPV diretamente, ele pode detectar alterações pré-cancerosas ou cancerosas nas células do colo do útero que são frequentemente causadas por infecções por HPV de alto risco.
  • Colposcopia: Se os resultados do Papanicolau ou do teste de HPV forem anormais, uma colposcopia pode ser recomendada. Durante este procedimento, o médico usa um colposcópio para examinar visualmente o colo do útero, a vagina e a vulva em busca de áreas anormais. Se necessário, biópsias podem ser realizadas durante a colposcopia para um diagnóstico mais preciso.

Biópsia

A confirmação definitiva de lesões pré-cancerosas ou cancerosas, especialmente nas áreas genitais, anais ou orofaríngeas, é feita por meio de biópsia, onde uma pequena amostra de tecido é removida e examinada microscopicamente.

Quais as formas de transmissão?

A transmissão do HPV pode acontecer de várias formas, incluindo:

Transmissão sexual

É a principal via de transmissão. Inclui sexo vaginal, anal e oral. O vírus pode ser transmitido mesmo quando a pessoa infectada não apresenta sinais ou sintomas visíveis da infecção.

Contato pele a pele

O HPV também pode ser transmitido por meio do contato direto pele a pele com uma área infectada, mesmo que não haja penetração sexual. Isso inclui o toque íntimo nas áreas genitais, anal e oral. O contato com verrugas genitais pode facilitar a transmissão do vírus.

Transmissão vertical (mãe para filho)

Embora seja menos comum, o HPV pode ser transmitido de uma mãe infectada para seu bebê durante o parto. Isso pode resultar em papilomatose respiratória recorrente em crianças, uma condição rara que causa o crescimento de verrugas nas vias aéreas, podendo levar a dificuldades respiratórias.

Objetos e superfícies contaminadas

Há uma possibilidade teórica de transmissão através do uso compartilhado de objetos ou superfícies contaminadas com o vírus, como toalhas, roupas íntimas ou equipamentos de depilação. No entanto, essa forma de transmissão é considerada rara.

Tem cura?

A cura acontece quando há destruição ou remoção das lesões HPV induzidas. Também pode acontecer quando há o que chamamos de clareamento, ou seja, a própria imunidade da paciente elimina o vírus. Um exemplo, é quando as verrugas desaparecem espontaneamente.

A demonstração de cura do HPV pode ser difícil em alguns casos pelo fato de haver muitos subtipos do vírus, e da possibilidade de lesões latentes, ou seja, não identificáveis no momento do exame realizado. Além disso, como já mencionado, as lesões latentes podem progredir na medida que a imunidade do indivíduo sofre alguma queda.

Quais os tratamentos?

Os tratamentos têm como objetivo eliminar as verrugas e lesões. Os mais comuns são:

Tratamentos de verrugas genitais

É a principal via de transmissão. Inclui sexo vaginal, anal e oral. O vírus pode ser transmitido mesmo quando a pessoa infectada não apresenta sinais ou sintomas visíveis da infecção.

Tratamento de Lesões Pré-Cancerosas

Verrugas genitais são tratadas com o objetivo de remover as verrugas visíveis. Os tratamentos incluem:

  • Medicamentos Tópicos: Podofiloxina, imiquimod e ácido tricloroacético (ATA) são aplicados diretamente nas verrugas.
  • Crioterapia: Congela as verrugas com nitrogênio líquido.
  • Eletrocauterização: Usa corrente elétrica para queimar as verrugas.
  • Radiofrequência: Destrói as verrugas de forma semelhante a cauterização, porém com melhor recuperação do tecido saudável.
  • Laser: Utiliza luz laser para remover verrugas.
  • Excisão Cirúrgica: Remoção das verrugas com instrumentos cirúrgicos.

Na prática, os métodos físicos como o Laser e a Radiofrequência são mais efetivos pela possibilidade de resolver a doença em apenas uma sessão. Estes métodos também são superiores por deixarem menos cicatrizes após o término do tratamento.

Tratamento do Câncer associado ao HPV

Lesões pré-cancerosas, especialmente no colo do útero, podem ser tratadas para prevenir o desenvolvimento de câncer:

  • Cirugia de alta frequência (CAF): Usa uma alça elétrica fina para remover células anormais. 
  • Conização: Remoção de uma seção em forma de cone do colo do útero contendo células anormais.
  • Ablação a Laser: Usa laser para vaporizar células anormais.
  • A indicação de cada técnica depende do tamanho e do grau da lesão. A ablação a Laser e o CAF podem ser realizados em consulta e possuem uma recuperação mais favorável e ótima cicatrização.

Monitoramento e acompanhamento

  • Pacientes com infecções por HPV, especialmente mulheres com alterações pré-cancerosas detectadas em exames de Papanicolau, devem ser regularmente monitorados.
  • O acompanhamento regular permite a detecção precoce de quaisquer progressões para condições mais graves, permitindo intervenções oportunas.

Como prevenir?

A prevenção do Papilomavírus Humano (HPV) é fundamental, dada a sua prevalência e associação com várias condições de saúde, incluindo verrugas genitais e câncer. A estratégia de prevenção do HPV envolve várias abordagens, destacando-se a vacinação, práticas de sexo seguro e educação para a saúde. Abaixo, detalham-se as principais medidas preventivas:

Vacinação contra o HPV

A vacinação é a ferramenta mais eficaz na prevenção da infecção por HPV e suas complicações, como câncer cervical, anal, de garganta, vulvar, vaginal e peniano, além de verrugas genitais.

  • Público-alvo: Recomendada para meninas e meninos, idealmente antes do início da atividade sexual, mas também é benéfica para jovens e adultos que ainda não foram vacinados.
  • Esquemas de Vacinação: Geralmente, a vacinação é realizada em duas ou três doses, dependendo da idade no início da vacinação.
  • Tipos de Vacinas: Existem várias vacinas contra o HPV disponíveis, protegendo contra os tipos mais comuns do vírus, incluindo os de alto risco associados ao câncer e os de baixo risco que causam verrugas genitais.

Prática de sexo seguro

O uso consistente e correto de preservativos durante todas as formas de atividade sexual (vaginal, anal e oral) pode reduzir significativamente, mas não eliminar completamente, o risco de transmissão do HPV, devido à possibilidade de transmissão por áreas de pele não cobertas pelo preservativo.

Limitação do números e parceiros sexuais

Reduzir o número de parceiros sexuais pode diminuir a probabilidade de exposição ao HPV.

Triagem e Monitoramento

  • Exame de Papanicolau (Citologia Cervical): Para mulheres, a realização regular do exame de Papanicolau pode detectar alterações pré-cancerosas no colo do útero causadas pelo HPV, permitindo intervenção precoce antes que o câncer se desenvolva.
  • Teste de HPV: Disponível para mulheres, pode ser usado em conjunto com o exame de Papanicolau para rastreamento do câncer cervical ou para esclarecimento de resultados anormais do Papanicolau.

Educação e Conscientização

Promover a educação sobre o HPV, incluindo suas vias de transmissão, consequências para a saúde e métodos de prevenção, é crucial para reduzir a incidência da infecção. A conscientização sobre a importância da vacinação e do rastreamento regular pode encorajar comportamentos preventivos.

Conclusão

O HPV é um vírus comum que pode levar a sérias complicações de saúde, incluindo câncer. A prevenção através da vacinação e o uso de métodos de barreira durante o sexo são cruciais para reduzir a incidência de infecções por HPV. A conscientização e a educação sobre o HPV podem ajudar a diminuir a estigmatização da infecção e promover práticas de saúde sexual responsáveis.

Buscando um Ginecologista em São Paulo – SP? A equipe de médicos ginecologistas da Clínica Zucchi é qualificada e experiente. Marque uma consulta agora mesmo. 

Localização
horário de atendimento
Marque uma consulta
acompanhe nossas novidades

Responsável técnico: Dr. Flavio Zucchi , CRM: 27311 , RQE em Ginecologia: 44390