A incontinência urinária afeta milhões de mulheres, causando constrangimento, isolamento e baixa autoestima. Avanços médicos proporcionam tratamentos personalizados e eficazes, combinando abordagens modernas e mudanças no estilo de vida. Isso permite que as pacientes recuperem o controle e retomem suas atividades com confiança, melhorando significativamente seu bem-estar geral.
O que é incontinência urinária?
É a perda involuntária de urina que ocorre em momentos inoportunos ou inadequados. Esta condição pode variar em severidade, desde pequenos vazamentos ocasionais até a perda frequente e abundante de urina. É importante ressaltar que a incontinência urinária não é uma consequência natural do envelhecimento, embora seja mais comum em mulheres mais velhas.
O que causa incontinência urinária?
De forma geral, as causas da incontinência urinária podem ser:
- Enfraquecimento dos músculos do assoalho pélvico
- Gravidez e parto
- Menopausa e alterações hormonais
- Cirurgias pélvicas
- Condições neurológicas
- Infecções do trato urinário
- Obesidade
- Certos medicamentos
Quais os sintomas?
Os sintomas dependem do tipo de incontinência urinária. De forma geral, os sintomas são:
- Perda involuntária de urina:
Vazamentos pequenos ou grandes de urina sem controle. Pode ocorrer durante atividades diárias ou em repouso. - Urgência miccional:
Desejo súbito e intenso de urinar. Dificuldade em “segurar” a urina até chegar ao banheiro. - Frequência urinária aumentada:
Necessidade de urinar mais vezes do que o normal (geralmente mais de 8 vezes em 24 horas). Acordar frequentemente durante a noite para urinar (noctúria). - Vazamentos durante atividades específicas:
Perda de urina ao tossir, espirrar, rir, fazer exercícios ou durante relações sexuais. - Sensação de esvaziamento incompleto da bexiga:
Sentir que a bexiga ainda está cheia após urinar. Necessidade de urinar novamente logo após ter ido ao banheiro. - Jato urinário fraco ou interrompido:
Dificuldade em iniciar o fluxo urinário. Fluxo de urina que para e recomeça. - Gotejamento pós-miccional:
Perda de pequenas quantidades de urina após terminar de urinar. Pode ocorrer ao se levantar do vaso sanitário. - Enurese noturna em adultos:
Perda de urina durante o sono. Acordar com a roupa de cama ou pijama molhados. - Alterações na pele da região genital:
Irritação, vermelhidão ou erupções cutâneas devido ao contato constante com a urina. - Odor urinário persistente:
Cheiro de urina nas roupas ou no corpo, mesmo após a higiene. - Infecções urinárias recorrentes:
Aumento da frequência de infecções do trato urinário - Impacto na qualidade de vida:
Evitar atividades sociais ou físicas por medo de vazamentos. Alterações no padrão de sono devido à necessidade frequente de urinar à noite. - Alterações emocionais:
Ansiedade relacionada à possibilidade de vazamentos. Diminuição da autoestima ou sintomas depressivos.
Quais os tipos?
Uma pessoa pode experimentar mais de um tipo de incontinência simultaneamente.
- Incontinência de Esforço:
A perda de urina ocorre durante atividades que aumentam a pressão abdominal, como tosse, espirro, riso, exercícios físicos ou levantamento de peso. É causada pelo enfraquecimento dos músculos do assoalho pélvico ou do esfíncter uretral. - Incontinência de Urgência:
Perda súbita e intensa de urina precedida por uma forte vontade de urinar. Seu principal sintoma é a urgência miccional, muitas vezes com dificuldade de chegar ao banheiro a tempo. É causado pela hiperatividade do músculo detrusor da bexiga. - Incontinência Mista:
É resultante da combinação de sintomas de incontinência de esforço e de urgência. A paciente experimenta perdas tanto em situações de esforço quanto de urgência. Pode ser mais complexa de tratar devido à sua natureza dupla. - Incontinência por Transbordamento:
É caracterizada por vazamentos frequentes e em pequenas quantidades. É provocada pelo fato da bexiga não esvaziar completamente, levando a um “transbordamento” constante. Há também a sensação de esvaziamento incompleto da bexiga, jato urinário fraco. - Incontinência Funcional:
A perda de urina ocorre devido a limitações físicas ou cognitiva. A pessoa não consegue chegar ao banheiro a tempo em função de problemas de mobilidade ou confusão mental. Não está relacionada diretamente a problemas do trato urinário. - Incontinência Transitória:
É a perda temporária de urina devido a condições reversíveis. Causas comuns são infecções urinárias, certos medicamentos, constipação severa. Geralmente, é resolvida com o tratamento da causa subjacente. - Incontinência Noturna (Enurese):
A perda involuntária de urina ocorre durante o sono. É mais comum em crianças, mas pode afetar adultos. Pode estar relacionada a distúrbios do sono ou problemas urológicos. - Incontinência Insensível:
É a perda de urina sem consciência ou sinais de alerta. Pode estar associada a problemas neurológicos ou danos nos nervos que controlam a bexiga. - Incontinência Coital:
A perda de urina ocorre durante a relação sexual. Está frequentemente associada à incontinência de esforço.
Incontinência urinária tem cura?
A resposta depende de vários fatores, incluindo o tipo de incontinência, sua causa subjacente e a gravidade dos sintomas. Em muitos casos, é possível alcançar melhora significativa ou até mesmo a solução completa dos sintomas. No entanto, em alguns casos mais avançados, o objetivo do tratamento pode ser o gerenciamento eficaz dos sintomas e a melhoria da qualidade de vida, em vez da cura definitiva.
Quais os tratamentos?
O tratamento é personalizado e pode envolver uma combinação de abordagens:
- Mudanças no estilo de vida:
Envolve a perda de peso em casos de obesidade, redução do consumo de cafeína e álcool, parar de fumar, gerenciamento da ingestão de líquidos. - Exercícios para o assoalho pélvico (Kegel):
Contribuem para o fortalecimento dos músculos que suportam a bexiga e uretra. Podem ser muito eficazes, especialmente na incontinência de esforço. - Treinamento da bexiga:
Consiste em técnicas para aumentar o intervalo entre as micções. Útil na incontinência de urgência. - Terapia comportamental:
Compreende a educação sobre hábitos urinários saudáveis e técnicas de relaxamento e controle da urgência. - Medicamentos:
São indicados:
- Pessários vaginais para suporte da uretra,
- Dispositivos de estimulação elétrica para fortalecer os músculos pélvicos.
- Procedimentos minimamente invasivos:
- Injeções de toxina botulínica na bexiga para reduzir a hiperatividade,
- Neuromodulação sacral para regular os sinais nervosos da bexiga.
- Fios de PDO.
- Procedimentos de sling para suporte uretral,
- Colpossuspensão para elevar e suportar o colo da bexiga (Bursch).
- Técnicas manuais e exercícios específicos,
- Biofeedback para melhorar a consciência e o controle muscular.
- Acupuntura:
Pode ser útil como terapia complementar em alguns casos. - Manejo de condições médicas associadas:
Tratamento de diabetes, hipertensão ou outras condições que possam contribuir para a incontinência.
- Uso de absorventes específicos para incontinência,
- Cateterismo intermitente em casos específicos.
É importante ressaltar que o tratamento geralmente começa com as opções menos invasivas e progride conforme necessário.
Perguntas frequentes
Qual o CID para incontinência urinária?
Para a incontinência urinária, os códigos CID-10 mais relevantes são:
R32 – Incontinência urinária não especificada
Este é o código geral usado quando o tipo específico de incontinência não é determinado ou especificado.
N39.3 – Incontinência de estresse (esforço)
Utilizado para casos de incontinência que ocorrem durante atividades que aumentam a pressão abdominal, como tossir, espirrar ou fazer exercícios.
N39.4 – Outras incontinências urinárias especificadas
Este código inclui:
- N39.40 – Incontinência urinária de urgência
- N39.41 – Incontinência urinária funcional
- N39.42 – Incontinência urinária por transbordamento
- N39.43 – Incontinência urinária pós-esvaziamento
- N39.44 – Incontinência urinária sem sensibilidade
- N39.45 – Incontinência urinária associada a sintomas do trato urinário inferior
- N39.46 – Incontinência urinária mista
F98.0 – Enurese não orgânica
Embora mais comumente usado em pediatria, este código pode ser aplicado em casos de enurese noturna em adultos quando não há uma causa orgânica identificada.
N31.9 – Disfunção neuromuscular da bexiga, não especificada
Usado em casos onde a incontinência é resultado de problemas neurológicos afetando a função da bexiga.
É importante notar que, dependendo da causa subjacente da incontinência, outros códigos CID podem ser usados em conjunto com estes para fornecer um quadro mais completo da condição do paciente.
Conclusão
A incontinência urinária, embora comum, não é uma condição inevitável. Com diagnóstico precoce e tratamento adequado, pode ser significativamente melhorada ou resolvida. A chave está na busca por ajuda profissional, adesão ao tratamento personalizado e adoção de mudanças no estilo de vida. Avanços contínuos em diagnóstico e terapias oferecem perspectivas promissoras. Não deixe que a incontinência limite suas possibilidades; com suporte adequado, é possível retomar o controle.
Referências