Fascite Plantar

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A fascite plantar é uma das causas mais comuns de dor no calcanhar, uma condição que pode impactar significativamente a qualidade de vida, limitando a capacidade de caminhar, correr e realizar atividades cotidianas. Afetando indivíduos de diferentes perfis, desde atletas de alta performance até pessoas com estilos de vida menos ativos, a dor associada à fascite plantar pode ser persistente e debilitante se não for abordada adequadamente. Compreender suas causas, sintomas e as opções de tratamento disponíveis é fundamental para gerenciar essa condição e promover uma recuperação eficaz.

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O que é?

A fascite plantar é a inflamação da fáscia plantar, uma faixa espessa de tecido conjuntivo (ligamento) que se estende da base do osso do calcanhar (calcâneo) até a base dos dedos dos pés. Sua função principal é dar suporte ao arco do pé, absorver impacto e auxiliar na biomecânica da caminhada e corrida. A inflamação ocorre geralmente devido a microtraumas repetitivos ou tensão excessiva nessa estrutura.

Quais as causas?

As causas da fascite plantar são multifatoriais e frequentemente envolvem uma combinação de fatores de risco:

  • Sobrecarga dos pés: Atividades que envolvem impacto repetitivo, como corrida de longa distância, dança ou ficar em pé por longos períodos, podem sobrecarregar a fáscia.
  • Pés chatos (planos) ou cavos: Alterações na anatomia do pé podem distribuir o peso de forma desigual, aumentando a tensão na fáscia plantar.
  • Calçados inadequados: Sapatos sem suporte de arco adequado, muito planos, muito apertados ou com salto alto podem alterar a biomecânica do pé e sobrecarregar a fáscia. O uso de calçados desgastados também contribui.
  • Ganho de peso repentino: O aumento rápido do peso corporal eleva a carga sobre os pés, colocando mais estresse na fáscia plantar.
  • Atividades físicas intensas ou mudanças bruscas na rotina de exercícios: Aumentar a intensidade, duração ou frequência dos exercícios muito rapidamente pode sobrecarregar os tecidos do pé antes que eles tenham tempo de se adaptar.
  • Encurtamento do tendão de Aquiles ou da musculatura da panturrilha: A tensão na panturrilha limita a flexão do tornozelo, o que pode aumentar a tensão na fáscia plantar ao caminhar.
  • Idade: Embora possa ocorrer em qualquer idade, é mais comum entre 40 e 60 anos.

 

Quais os sintomas?

O sintoma mais característico é a dor no calcanhar, que geralmente apresenta as seguintes características:

  • Dor em facada no calcanhar: Frequentemente descrita como uma dor aguda, localizada na parte inferior do calcanhar, próximo ao ponto onde a fáscia plantar se insere no osso.
  • Pior dor ao levantar da cama ou após ficar em repouso: A dor é tipicamente mais intensa nos primeiros passos após acordar ou após longos períodos de inatividade, como sentar-se por muito tempo. Isso ocorre porque a fáscia encurta em repouso e é subitamente esticada ao suportar peso.
  • Rigidez no arco do pé: Sensação de aperto ou rigidez ao longo do arco do pé.
  • Dor que diminui com a atividade inicial, mas piora com a continuidade: A dor pode melhorar um pouco após alguns minutos de movimento, mas tende a aumentar novamente com o prolongamento da atividade ou no final do dia.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico da fascite plantar é primariamente clínico. O médico ou fisioterapeuta realiza um exame físico detalhado, avaliando a sensibilidade na área do calcanhar, a amplitude de movimento do tornozelo e a tensão na panturrilha. A avaliação do histórico médico e dos sintomas relatados pelo paciente é crucial. Em casos atípicos, persistentes ou para descartar outras condições (como fraturas por estresse, compressão nervosa ou tendinite), exames de imagem como ultrassom ou ressonância magnética podem ser solicitados, embora geralmente não sejam necessários para confirmar a fascite plantar típica

Tem cura?

Sim, a fascite plantar pode ser curada ou, mais precisamente, resolvida com o tratamento adequado e manejo contínuo. A maioria dos casos responde bem a tratamentos conservadores, mas a recuperação pode levar vários meses. É fundamental seguir o plano de tratamento consistentemente e adotar medidas preventivas a longo prazo para evitar recorrências. Em uma pequena porcentagem de casos crônicos e resistentes ao tratamento conservador, opções mais invasivas podem ser consideradas.

É grave?

A fascite plantar não é uma condição grave no sentido de ser perigosa para a vida, mas pode ser extremamente debilitante e impactar significativamente a qualidade de vida. A dor crônica pode limitar a capacidade de trabalhar, praticar esportes e realizar atividades diárias, levando a um estilo de vida mais sedentário e potencialmente a outros problemas de saúde. Ignorar os sintomas ou o tratamento pode levar à cronicidade da dor e a alterações na marcha que podem afetar joelhos, quadris e coluna.

Quais os tratamentos?

O tratamento inicial é quase sempre conservador e visa reduzir a inflamação, aliviar a dor e corrigir os fatores biomecânicos contribuintes. As opções incluem:

  • Fisioterapia: Essencial para aprender e realizar alongamentos específicos para a fáscia plantar e panturrilha, exercícios de fortalecimento para o pé e tornozelo, e técnicas de liberação miofascial. A fisioterapia também pode incluir modalidades como ultrassom terapêutico ou terapia por ondas de choque em casos crônicos.
  • Uso de medicamentos anti-inflamatórios: Anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), como ibuprofeno ou naproxeno, podem ajudar a reduzir a dor e a inflamação a curto prazo, mas não tratam a causa subjacente.
  • Aplicação de gelo: Aplicar gelo na área afetada por 15-20 minutos, várias vezes ao dia (especialmente após atividades ou no final do dia), ajuda a reduzir a inflamação e a dor.
  • Palmilhas ortopédicas ou suportes de arco: Podem ser personalizadas ou compradas prontas. Elas ajudam a dar suporte ao arco do pé, distribuir a pressão de forma mais uniforme e reduzir a tensão na fáscia plantar.
  • Splints noturnos (night splints): Dispositivos usados durante o sono que mantêm o pé em uma posição levemente flexionada, mantendo a fáscia plantar e o tendão de Aquiles alongados durante a noite. Isso ajuda a reduzir a rigidez matinal.
  • Injeções de corticosteroides: Podem ser usadas para aliviar a dor e a inflamação em casos de dor intensa e persistente. No entanto, seu uso deve ser limitado devido aos riscos potenciais, como enfraquecimento da fáscia ou atrofia da gordura do calcanhar.
  • Terapia por ondas de choque (Shockwave Therapy): Uma opção não invasiva que utiliza ondas sonoras para estimular a cicatrização na fáscia. Geralmente considerada para casos crônicos que não responderam a outros tratamentos.
  • Cirurgia: Raramente necessária (menos de 5% dos casos). A cirurgia para liberar a fáscia plantar é considerada apenas como último recurso para casos crônicos e severos que não melhoraram após 6 a 12 meses de tratamento conservador rigoroso.

Perguntas frequentes

Quais exercícios são recomendados para fascite plantar?

Exercícios que visam fortalecer os músculos intrínsecos do pé e a musculatura da panturrilha são cruciais.

  • Elevação de calcanhar: Fortalece a panturrilha. Pode ser feito com os pés no chão ou com a ponta dos pés em um degrau para maior amplitude.
  • Pegar objetos com os dedos: Fortalece os músculos pequenos do pé usando os dedos para pegar bolinhas de gude ou toalhas do chão.
  • Caminhar na areia ou grama: Ajuda a fortalecer os músculos do pé e melhorar a propriocepção.
  • Rolar uma bola ou garrafa congelada sob o pé: Ajuda a massagear e alongar a fáscia plantar, além de fornecer um efeito de gelo.

Quais alongamentos ajudam a aliviar a fascite plantar?

Alongamentos focados na fáscia plantar e na cadeia posterior da perna são muito eficazes.

  • Alongamento da panturrilha na parede: Fique de frente para uma parede, coloque as mãos nela. Leve uma perna para trás, mantendo o calcanhar no chão e o joelho esticado, sentindo o alongamento na panturrilha. Mantenha por 30 segundos. Repita com o joelho da perna de trás levemente flexionado para alongar músculos mais profundos.
  • Alongamento da fáscia plantar com toalha: Sente-se com a perna esticada. Passe uma toalha ao redor da ponta do pé e puxe as extremidades da toalha em direção ao corpo, mantendo o joelho esticado. Sinta o alongamento na sola do pé e na panturrilha. Mantenha por 30 segundos.
  • Alongamento da fáscia plantar em degrau: Fique na beira de um degrau com os calcanhares para fora. Deixe o calcanhar da perna afetada cair lentamente abaixo do nível do degrau, sentindo o alongamento na panturrilha e fáscia.
  • Alongamento matinal da fáscia plantar: Antes de levantar da cama, puxe os dedos do pé afetado em direção à canela e segure por 15-30 segundos. Repita algumas vezes.

Qual é o melhor tipo de tênis para fascite plantar?

O tênis ideal deve oferecer:

  • Bom suporte de arco: Ajuda a manter a curvatura natural do pé.
  • Amortecimento adequado no calcanhar: Reduz o impacto sobre a fáscia.
  • Sola flexível na parte da frente: Permite um movimento natural do pé ao caminhar.
  • Calcanhar estável: Evita a pronação excessiva (rotação interna do pé).
  • Evite sapatos completamente planos, chinelos finos ou sapatos com sola muito rígida. Considere o uso de palmilhas adicionais se o suporte do tênis não for suficiente.

Qual a diferença entre fascite plantar e esporão?

A fascite plantar é a inflamação do tecido ligamentar (fáscia plantar). O esporão de calcâneo é uma pequena projeção óssea que pode se formar no osso do calcanhar, geralmente na área onde a fáscia plantar se insere. Embora frequentemente associados, nem toda pessoa com fascite plantar tem esporão, e muitas pessoas com esporão não sentem dor. A dor na fascite plantar geralmente vem da inflamação do tecido mole, não do esporão ósseo em si, a menos que o esporão seja muito grande ou cause irritação local. O tratamento foca na fáscia inflamada, independentemente da presença do esporão.

Para fascite plantar, deve-se usar gelo ou calor?

O uso de gelo é geralmente mais recomendado para a fascite plantar, especialmente após atividades ou quando a dor e a inflamação estão mais agudas. O gelo ajuda a reduzir a inflamação e a dor. O calor pode ser útil para relaxar os músculos da panturrilha antes de realizar alongamentos ou atividades, mas não é o tratamento de escolha para a inflamação em si.

Qual o CID?

O Código Internacional de Doenças (CID) para a fascite plantar é M72.2.

Conclusão

A fascite plantar, embora dolorosa e limitante, é uma condição tratável e gerenciável. Com um plano de tratamento adequado, que geralmente envolve uma combinação de fisioterapia, alongamentos, uso de calçados e suportes adequados, e medidas de controle da inflamação, a grande maioria das pessoas encontra alívio significativo da dor. Adotar hábitos preventivos, como escolher o calçado correto, manter um peso saudável e incorporar alongamentos e fortalecimento na rotina, é essencial para evitar a recorrência. Não permita que a dor no calcanhar limite sua vida; procure orientação profissional e invista nos cuidados necessários para recuperar seu bem-estar e manter-se ativo.